sábado, 27 de março de 2010

Confuso

Como alguém que se sente inclinado de tanto pensar
Minha velha nova mente, novamente se põe a falhar
Busco nos papiros antigos, na bíblia, nos livros de filosofia
E volto a sentir o que sente os afogados
Agonia!

Pinto e bordo com a dor alheia
Num dos meus celebres atos de egoísmo
Sinto-me como um ladrão que foi pego no ato
Como um velho que se vê no fim da vida
Desesperado!

Os devaneios mais loucos surgem descontrolados
E pulsam descompassados, exigindo externar-se em meus lábios
Sinto-me como um leão de circo enjaulado
Fora do seu habitat natural
Angustiado!

As vibrações cósmicas se emaranham em meus átomos
Morro pela décima vez nas últimas vinte e quatro horas
Sou feito da mesma matéria que Buda, João Ninguém e Cristo
E acontece assim a cada vez que morro
Ressuscito!

(Jorge Rêgo)

Um comentário:

  1. Já falei q curto muito o seu estilo. Po, muito foda mesmo a poesia! beijos,

    Dessa

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